dança

boca seca (2019)

SINOPSE:
Na fronteira entre reflexões e procedimentos contemporâneos em dança, teatro, artes visuais e performance, a proposta dramatúrgica de BOCA SECA compõe uma experiência sensorial, imagética e política, que reflete a materialidade do corpo, do espaço, do tempo e do objeto em uma relação que oscila entre conexão e distanciamento.
Partindo da fome como tema geral, o trabalho teve como motivadores iniciais importantes obras da literatura nacional e internacional (“A Fome”, de Rodolfo Teófilo; “Homens e Caranguejos”, de Josué de Castro; “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos; “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector; e o conto “Um Artista da Fome”, de Franz Kafka). O trabalho se desdobra em reflexões acerca da falta como geradora de condições físicas, subjetivas e existenciais. Nesta perspectiva, interessa pensar sobre o que pode, faz ou sabe o corpo que está em privação, em iminência permanente de morte. O trabalho põe em questão a apatia das relações sociais e a simplificação dos desejos e ambições dos corpos em situação de carência, sua consequente animalização, coisificação ou até sua humanidade extrema.
A configuração de palco italiano empresta ao espaço teatral ares de laboratório de observação científico-antropológica. Às vezes trágica, às vezes abjeta, às vezes risível, a narrativa em cena é predominantemente abstrata, mas plena de uma tensão invisível, na qual paira em segundo plano a sombra distópica de uma sociedade fadada à resignação, oriunda de uma desnutrição simbólica. Paradoxalmente, o trabalho é uma pergunta sobre o futuro. E a resposta se esconde no outro, o que é diferente de mim.
Todos os elementos da encenação carregam a própria dramaturgia e, durante toda a experiência, apenas uma palavra é dita, mas quase-quase nem se entende qual é.

FICHA TÉCNICA
Realização: cia. víÇeras
Concepção e Coordenação Artística: Roberto Dagô e Déborah Alessandra
Direção e Dramaturgia: Roberto Dagô
Performance: Déborah Alessandra
Assistente de Direção: Cristhian Cantarino
Produção: Ninja Loka Produção e Cristhian Cantarino
Colaboradoras Artísticas: Alice Stefânia e Katiane Negrão
Iluminação: Ramon Lima
Direção de Arte: Luênia Guedes e Roberto Dagô (Coletivo ENTREVAZIOS)
Música e Sound Design: Matheus Avlis
Assistente de Música e Sound Design: Henrique Ourofino
Assist. Técnicos: Caê Villaça, Prahlads Dasa, Henrique Ourofino
Teasers: Cícero Fraga
Registro de vídeo: David Alves
Fotos: Thais Mallon
Residência Artística: Espaço Cultural Renato Russo – 508 Sul

RELESE
O espetáculo BOCA SECA é solo realizado pelo grupo brasiliense cia. víÇeras, estreado em junho de 2019. Com dramaturgia autoral, direção de Roberto Dagô e interpretação de Déborah Alessandra, BOCA SECA apresenta ao público uma mistura de dança, teatro, artes visuais e performance, em uma experiência predominantemente sensorial, imagética e política.
A iluminação e cenografia são elementos-chave dentro da condução do trabalho, contando com refletores móveis e cenografia versátil, que transita entre instalação, figurino e objeto de cena.
A ideia do espetáculo nasceu do tema Fome, que é elemento marcante da subjetividade nacional. Como referência para a criação de partitura coreográfica e conceitual, o grupo partiu de quatro importantes obras da literatura nacional: A Fome (Rodolfo Teófilo, 1890); Vidas Secas (Graciliano Ramos, 1938), Homens e Caranguejos (Josué Castro, 1967) e “A Hora da Estrela” (Clarice Lispector, 1977). Além destas vozes da fome nacional, foi somado o ícone da literatura mundial Franz Kafka, com o conto “Um Artista da Fome” (1922).
O espetáculo foi contemplado no edital de Dança do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal em 2018 e foi criado em residência artística dentro de um dos espaços de arte mais tradicionais de Brasília, o Espaço Cultural Renato Russo.

um ensaio repetitivo e monótono (2011)

SINOPSE:
A partir da relação do afeto entre dois personagens, de forma poética, o espetáculo traz à tona os ciclos da vida, com seus fins e recomeços. No espetáculo, a iluminação e sua operação são feitas de forma completamente artesanal, à luz de velas, e, junto da cenografia, envolve o público em uma atmosfera intimista e simbólica.
“Gosto de ver casulos de borboletas, lagartas feias que adormeceram, esperando a mágica metamorfose. De fora olhamos e tudo parece imóvel e morto. Lá dentro, entretanto, longe dos olhos invisível, a vida amadurece vagarosamente. Chegará o momento em que ela será grande demais para o invólucro que a contém. E… ele se romperá. Não lhe restará outra alternativa, e a borboleta voará livre, deixando sua antiga prisão…” Rubens Alves – Reverência pela vida

FICHA TÉCNICA
cia víÇeras apresenta
Um ensaio repetitivo e monótono
Direção: Tatiana Bevilacqua
Orientação: Adriana Lodi e Jesus Vivas
Elenco: Márcia Amaral, Marcia Regina e Roberto Dagô
Dramaturgia: Márcia Amaral
Cenografia e figurino: Roberto Dagô
Assistente de cenografia e figurino: Amanda Cintra
Sonoplastia: Marcia Regina
Edição de som e trilha: Hugo Carvalho
Iluminação: o grupo
Arte gráfica: Roberto Dagô
Produção: Jessica Cardoso
Agradecimentos: Pedro Mesquita, Diego Rodrigues, Zizi Antunes, Fernando Nísio Socorro, Glauco Maciel, Sérgio Amaral, Jéssica Gandara, Alexandra Martins, Nancy, Rodrigo Lélis, Hugo Cabral, Loop B, Lêda Márcia Bevilacqua, Joana, a todos os funcionários do Espaço Cultural Renato Russo da 508 sul e da Universidade de Brasília – UNB.

DURAÇÃO
60 minutos
CLASSIFICAÇÃO INDICATICA
16 anos

TRAJETÓRIA DO ESPETÁCULO
Cometa Cenas – Universidade de Brasília